Leixões SC adquire Complexo Desportivo de Fão por 1,5 milhões de euros

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O emblema de Matosinhos investiu cerca de 1,5 milhões de euros na aquisição do referido complexo, que comporta o estádio e também os terrenos circundantes, que tem uma área total de cerca de 36 mil metros quadrados. O anúncio acontece um dia depois de o SC Braga ter comunicado “desistir e abdicar do projeto que tinha para o Complexo Desportivo de Fão”.

Escriturado esta segunda-feira, o negócio só foi possível devido à recente entrada de um novo acionista na SAD do Leixões, o fundo Santa Mónica, empresa sediada no Rio de Janeiro (Brasil). O referido fundo de investimento é agora detentor de 50 por cento da Playfair, empresa detentora de 56 por cento da SAD do Leixões.

O Complexo Desportivo de Fão vai passar a acolher os treinos da equipa principal do Leixões – o que já aconteceu nesta terça-feira -, mas existe também um projeto de desenvolvimento para o futebol de formação do Clube de Futebol de Fão.

Em declarações exclusivas ao jornal A BOLA, André Castro, presidente da SAD do Leixões, confirmou esta operação e deu conta dos objetivos pretendidos.

“O nosso projeto visa, essencialmente, dotar o Leixões de cada vez mais estruturas para acentuarmos ainda mais o crescimento do clube. Entendemos que este era o local ideal para desenvolvermos esta ideia e estamos certos de que o Leixões passará a ter ainda mais condições para que possa chegar ao patamar que merece e onde quer estar”, assumiu.

Ainda de acordo com o dirigente, também o Fão será beneficiado com esta estrutura, bem como a própria cidade de Esposende, onde fica situado o complexo desportivo: “Com este projeto, a Playfair vai ter um impacto enorme na ajuda da revitalização do Clube de Futebol de Fão, cuja formação vai ter todas as condições para se desenvolver. Para o bem do clube e de todas as crianças da região que ali vão poder continuar a jogar futebol e a trabalhar no sentido de poderem construir grandes carreiras. Além disso, e porque também é da mais elementar justiça referir, devo realçar o impacto que este projeto terá para a própria cidade de Esposende, pelo que pretendo elogiar a extraordinária postura da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Fão”.

A concluir, André Castro levantou ainda a ponta do véu sobre outros desportos que ali poderão vir a ser praticados. “Claro que o futebol terá uma enorme incidência, mas o nosso objetivo para o futuro é ampliar as instalações para que ali sejam praticados outros desportos, como por exemplo o padel, o futebol de praia, entre outros. No fundo, queremos passar de um Complexo Desportivo para uma Cidade Desportiva”, notou.

CF Fão desmente SC Braga em comunicado emitido esta terça-feira

No dia de ontem, o SC Braga imitiu um comunicado onde referia “que tem sido confrontada com o sucessivo e persistente incumprimento por parte do Clube de Futebol de Fão do contrato promessa outorgado a 8 de Novembro de 2018, entre os dois clubes e a Câmara Municipal de Esposende, relativo ao Complexo Desportivo de Fão”, nomeadamente na “falta de licença de utilização do Complexo Desportivo”, não lhe restava outra opção a não ser “desistir e abdicar do projeto que tinha para o Complexo Desportivo de Fão”.

A SC Braga – Futebol, SAD refere que “sempre cumpriu com as suas obrigações”, e por isso, “não deixará de exigir ao CF Fão, aos seus representantes e outros responsáveis, a indemnização devida pelo incumprimento contratual, bem como o ressarcimento de todos os danos causados e o reembolso das despesas suportadas com o Complexo Desportivo ao longo dos últimos anos”.

Já no dia de hoje, o CF Fão defende-se dizendo que “não incorreu em qualquer incumprimento” de tal contrato-promessa.

“Na data em que tal contrato-promessa de compra e venda foi celebrado não existia a licença de utilização relativa ao Centro Desportivo de Fão, porém, tal facto era e foi do conhecimento do SC BRAGA e não foi impeditivo do SC BRAGA celebrar esse contrato. Apesar da inexistência de tal licença, o SC BRAGA não deixou de fazer uso e utilização intensiva de tal Centro Desportivo nele tendo realizado, inclusivamente, todos os jogos oficiais da Liga 3 na qualidade de visitado, nem impediu o SC BRAGA de alugar o espaço a outros clubes e de retirar disso dividendos”, refere o clube fangueiro.

O CF Fão vai mais longe e acusa os arsenalistas de negociarem pelas costas e tentarem adquirir o Complexo Desportivo por um valor bem mais baixo: “A falta dessa licença também não foi impeditivo do SC BRAGA ter apresentado proposta na Execução Judicial para tentar comprar o CENTRO DESPORTIVO DE FAO por apenas 1.000.000,00€, ou seja, por um preço muito inferior àquele que contratualmente se tinha obrigado”.

Acrescentam que o CF FÃO foi “o lesado e não o incumpridor”.

“Se aqueles que contratualmente se obrigaram tivessem cumprido as suas obrigações contratuais, o património do CF FÂO não tinha sido objeto de qualquer execução judicial e de ter sido colocado á venda em leilões electrónicos e na modalidade de venda por negociação particular (agente de execução)”, lembram.

A terminar tal comunicado, os fangueiros referem que “o tempo e a justiça encarregar-se-ão de trazer a verdade”.

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