opinião
Aproxima-se a passos largos as eleições autárquicas de 2021, Setembro ou Outubro será o derradeiro mês de todas as escolhas. Mas porquê estas eleições assumem para Rui Rio e para PSD um ponto fulcral de respostas ao futuro do líder e do partido.
Depois de ver recusada a proposta de adiamento do ato eleitoral por 60 dias, para fazer face a eventuais constrangimentos provocados pela covid-19, uma vez que ainda não é garantido que se atingirá atingir a imunidade de grupo até ao fim do verão, Rui Rio entendia, e bem, que o mais prudente seria o adiamento.
O PSD salientou, então, que o voto “não podia estar condicionado por medos e receios derivados da pandemia, devendo antes preferencialmente ocorrer em contexto de máxima liberdade, sob pena de compressão do direito fundamental ao voto, plasmado no artigo 49.º da Constituição”.
Tal proposta foi recusada pelo que entre os dias 22 de setembro e 14 de outubro, irá efetivamente a sufrágio a eleição para os órgãos das autarquias locais.
E estará o PSD preparado para esta batalha.
As escolhas do líder auguram um bom desígnio.
Em lisboa, o líder do PSD anunciou que o ex-comissário europeu Carlos Moedas é o candidato do partido à Câmara Municipal de Lisboa. Numa declaração na sede do partido, ao lado do atual administrador da Fundação Gulbenkian, Rui Rio disse que Carlos Moedas “era a melhor solução” desde o início do processo de escolha.
Carlos Moedas nasceu em Beja em 1970, tendo-se licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico em 1993. Fez o último ano do curso na Ecole Nationale des Ponts et Chaussées de Paris e trabalhou até 1998 na área de engenharia para o grupo Suez Lyonnaise des Eaux, em França.
Obteve um MBA (Master in Business Administration) pela Harvard Business School (E.U.A.) em 2000. Regressou à Europa para trabalhar na área de fusões e aquisições no Banco de Investimento Goldman Sachs.
Regressou a Portugal em 2004 como administrador delegado da Aguirre Newman e membro da Comissão Executiva da Aguirre Newman em Espanha. Em 2008 criou a sua própria empresa de gestão de investimentos.
Integrou a equipa do PSD que negociou o Orçamento do Estado de 2011 e foi um dos representantes do partido nos encontros com a delegação da UE-FMI-BCE no âmbito da negociação do programa de ajustamento económico e financeiro.
Com uma militância ativa e uma carreira ímpar, Carlos Moedas dispensa mais apresentações. Uma candidatura fortíssima, sem dúvida, a que se associaram já vários outros partidos – uma escolha segura e obvia, pelo que se fareja um vencedor.
No porto, o líder anúnciou Vladimiro Feliz como candidato.
Vladimiro Feliz, frisou Rio, é o candidato em que confia – “é um homem confiável”, repisou -, uma pessoa leal e que conhece bem a Câmara do Porto. Apesar de frisar que “muita gente o indicou”, o presidente do PSD, que assume ser responsável por todas as escolhas, garante que neste caso a sua “responsabilidade é ainda maior”.
“O PSD não tem obrigação de ganhar a Câmara do Porto, mas tem a obrigação de apresentar um excelente candidato”.
Não poderiamos estar mais de acordo com o líder, Vladimiro Feliz foi vereador com os pelouros da Educação, Inovação e Lazer, no período de governação de Rio na Câmara do Porto, responsável pela Carta Educativa do Porto, pelo que adivinha que detém todas as potencialidades de ser um grande líder autárquico.
A batalha com Rui Moreira é difícil, estamos todos ciente, pelo que a mensagem do líder não podia ser mais consistente – no Porto, “o PSD não tem obrigação de ganhar”.
O PSD tem, porém, obrigação de trilhar caminho, preparar uma vitória, apresentar um candidato de excelência – e assim o fez.
Vladimiro Cardoso Feliz tem 47 anos, nasceu e foi formado na cidade Invicta que agora quer liderar. Licenciou-se em Engenharia Mecânica em 2000, pela Universidade do Porto, e iniciou a sua atividade profissional no Instituto Eletrotécnico Português.
Entre 2012 e 2013, Vladimiro Feliz foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, na altura liderada por Rui Rio. O social-democrata exerceu, desde 2006, diversas funções nesta autarquia portuense, entre as quais como diretor municipal de Sistemas de Informação, vereador da Educação, Juventude e Inovação, do Ambiente e Serviços Urbanos, do Turismo, Inovação e Lazer e tutelou o Gabinete de Estudos e Planeamento. Exerceu ainda, no universo da câmara municipal, as funções de administrador delegado da Fundação Porto Social, de presidente do conselho de administração da Associação Porto Digital, da Direção da Associação de Turismo do Porto e do conselho de administração da PortoLazer EM.
Um candidatura notável de mais um social democrata de exclenecia – mais uma “feliz” escolha de Rui Rio.
É de salientar a primazia do líder em recorrer a militantes de excelência nas escolhas para estas autárquicas. Assim foi em Lisboa e Porto, assim seja nos demais municípios.