A Junta de Martim, em Barcelos, condenou hoje “veementemente” o episódio registado no domingo na freguesia, em que populares recriaram na rua o “beijar da cruz”, apesar das medidas de contingência decretadas por causa da pandemia da covid-19.
Em comunicado, a Junta refere que se tratou de “um ato isolado numa rua sem saída” e sublinha que “os martinenses não se identificam com aquele ato condenável e muito grave”.
“A paróquia de Martim e os dois casais mordomos deste ano nada têm a ver com este episódio lamentável”, acrescenta.
No domingo, uma mulher estava numa rua em Martim a dar uma cruz a beijar, numa espécie de recriação do compasso pascal.
O caso foi filmado e divulgado nas redes sociais.
Segundo se pode ver nas imagens, foram mais de 10 as pessoas que foram beijar a cruz, incluindo um casal com uma criança ao colo.
Após cada beijo, a mulher passava fugazmente um pano na cruz.
A GNR disse hoje à Lusa que já identificou os dois alegados promotores da iniciativa.
Os factos serão agora remetidos a tribunal.
De acordo com a fonte da GNR, em causa poderão estar os crimes de desobediência e/ou de propagação de doença contagiosa.
No comunicado hoje emitido, a Junta de Martim confirma que as autoridades sanitárias e de segurança “já estão a tratar devidamente do assunto”.
“Os martinenses têm sido exemplares, como sempre o foram, e vão continuar a cumprir rigorosamente todas as recomendações das autoridades competentes”, lê-se ainda no comunicado.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, quase 400 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).
Dos infetados, 1.187 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 277 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.